• O papai de primeira viagem, Dudu TeruszKin, fala sobre suas primeiras experiências após o nascimento de Maitê

    Tem alguns momentos que são inesquecíveis na vida. O primeiro beijo no seu grande amor. O dia do seu casamento. O nascimento de um filho. Enfim, todas essas datas simbólicas vão nos marcando e nos moldando para sermos quem somos. Mas se olharmos bem, em segundo plano, quase como coadjuvantes em nossas trajetórias, existem alguns breves momentos que fazem o nosso coração suspirar. Eles não são tão simbólicos como os que mencionei acima, mas se a nossa vida fosse um livro, esses momentos estariam (entre parênteses), para não passarem despercebidos na visão de um leitor voraz!

    Pois bem, a pouco um momento como esse, um “momento parênteses” aconteceu comigo. E eu gostaria de dividir com vocês, que me acompanham por aqui! Vamos lá!

    Depois de 38 semanas, nossa pequena Maitê nasceu. E ela já veio grandinha, 3,5 kg e 50 cm. Foi uma cesária que, muito provavelmente, salvou a vida da minha esposa. Nossa obstetra, Dra Andrea Benazzi, observou que a pressão arterial estava subindo mais que o dólar, e resolveu intervir. Tudo deu certo, mas tivemos que ficar um tempinho a mais no hospital, até tudo ficar 100%, e principalmente, para que a minha esposa fosse para casa com zero risco. Foram 6 dias por lá, no quarto 307. Por mais que o hospital fosse ótimo e de nos tratarem com o maior carinho do mundo, nada como a nossa casa né?

    O quartinho dela já estava pronto. Tinha berço, cômoda com trocador, prateleiras de nuvem, ursinhos, poltrona de amamentação, enfim, tudo o que tem direito, inclusive papel de parede rosa. Como pais de primeira viagem que somos, organizamos tudo para dar o que tem de melhor para a nossa filha, e para que ela sinta o tamanho do amor e da dedicação que tivemos por ela, mesmo antes dela vir ao mundo.

    Chegamos em casa. Era uma segunda feira, talvez a primeira que gostei na minha vida inteira. A nossa pequena aparentemente curtiu o passeio de carro, cerca de 9 quilômetros, e dormiu, como se não houvesse amanhã. Como ela estava super confortável no bebê conforto, colocamos tudo em cima do sofá e fomos arrumar as coisas. Estávamos exaustos. Eu fui forrando os berços (temos dois, o do quartinho e o do lado da cama, que é da Infanti), desfiz as malas da maternidade e as outras tantas coisas que levamos para lá. A minha esposa foi separar uma roupinha para vestirmos a nossa princesa, para que assim ela pudesse, finalmente, ter a sua primeira noite de sono em seu lar.

    Tudo pronto! Fomos trocar a nossa pequena. A quatro mãos. Ainda não tínhamos muita prática, então a coitadinha sofreu um pouco. Mas isso deve ser normal para pais de primeira viagem. Depois de alguns minutos, ela estava pronta, linda, radiante e cheia de fome. Minha esposa sentou na poltrona, posicionou a almofada de amamentação e a alimentou. Passaram uns 40 minutos até ela estar “pescando” enquanto mamava. O sono veio forte. Fomos os três para o nosso quarto, e enquanto esperávamos ela arrotar no colo da minha esposa eu fui ajustando o berço para ficar inclinado, e evitar assim o tão temido refluxo. Ouvimos um barulhinho, “burp”, ela tinha arrotado, era finalmente a hora de dormir.
    Posicionamos ela no bercinho, do meu lado da cama é claro, assim quando ela acordasse eu faria o “esforço” de levá-la até a minha esposa, para ela amamentá-la. Isso realmente ajuda, afinal, ela estava operada, e não poderia ficar abaixando e levantando cheia de pontos, né? Pai é pra essas coisas também! Mas eu mal sabia, que isso tudo me levaria para um dos momentos espetaculares de toda a minha vida, um momento do cotidiano, nada simbólico, mas que mudaria muitos dos meus conceitos acerca do que é ou não é importante nessa nossa passagem na terra.

    Agora é hora de abrir parênteses.

    (Depois de três horas, ela acordou. Um choro leve. Calmo. Uns gemidinhos e acreditem se quiserem, bocejos e espreguiçadas super fofas. Eu abri meus olhos, rápido, com medo de algo ter acontecido. Ela abriu os dela, calmamente, em meio a uma paz divina. Nos olhamos, e ficamos lá, eu e ela, por uns 2 ou 3 minutos, sendo o que tínhamos que ser: Pai e Filha.)

    Fecha parênteses.


    Dudu TeruszKin é publicitário, pai da Maitê e casado com a Marina. Ele escreve cartas para a sua filha todos os dias e você pode encontrar no @papaiterapia.

    A Infanti incentiva mães e pais a compartilharem suas histórias. As opiniões publicadas neste texto são pessoais e não necessariamente representam a visão da Infanti.