• A mamãe de primeira viagem Alexia Chlamtac compartilha como foi a aventura de ficar uma tarde sozinha com seu bebê recém-nascido

    Hoje, fiquei sozinha em casa com a Pacotinho (Olivia, minha filha) pela primeira vez durante a tarde. Eu, bebê e Panqueca, minha vira-lata.

    Olivia chorou a manhã inteira. Depois, chorou a tarde inteira. Não tinha nada que fizesse a criança parar de chorar. A pediatra mandou dar chupeta nesses momentos. Não funcionou. Amamentar também não. Charutinho com cobertor também não.

    Cookie retirou dois tumores e foi castrado há uma semana, no mesmo dia em que Olivia veio mundo. Ele saiu do centro cirúrgico em um canto da cidade, eu entrei na sala de parto em outro lugar. Panqueca, que nunca foi fã de Cookie, ficou DESOLADA com a partida de seu companheiro. Hoje, Cookie foi fazer exames de sangue e tomar antibiótico intravenoso. Panqueca uivou e chorou até que ele voltasse para casa. O porteiro avisou que dava para ouvir o escândalo da rua. Olivia gritou a tarde inteira e nos poucos minutos em que dormiu, eu não podia sequer me mexer, ou a gritaria voltava.

    A obstetra sugeriu que eu usasse uma concha de amamentação. Um negócio esquisito que, entre outras coisas, ajuda a proteger o bico do seio do contato com o sutiã. Sempre que amamento, o outro seio vaza. A concha também tem furinhos para ajudar na ventilação e coleta o leite que vaza. Entendeu onde isso vai dar? Em determinado momento, tentei colocar Olivia na cama, após amamentar. Assim que abaixei, um rio de leite caiu na minha camisola. E no sutiã de amamentação. E em cima da Pacotinha. E da manta. E do cueiro. Corri com a concha para o banheiro. Tirei todas as cobertas da Olivia. Tirei a minha roupa molhada e vi que não dava para fazer um novo charutinho e nem colocar outra roupa. Então, estava eu, de calcinha pós-parto, com uma bebê se esgoelando e uma cachorra surtando, tentando encontrar uma luz de limpeza no fim do túnel. Assim permaneci por quase uma hora. Olivia chorava, mamava, dormia, chorava, mamava e dormia.

    Cookie voltou e Panqueca passou de uivos para latidos de felicidade. Olivia dormiu profundamente. Eu sentei e chorei. Pacotinha ficou no colo por mais de 4h, eu não arriscaria colocá-la no berço e acordar a fera novamente. Decidi então que era hora do banho de Olivia. Os vizinhos, com certeza, acham que ela é torturada enquanto troca a fralda ou toma banho. O choro é digno de competição.

    O banho de hoje, entretanto, foi mais tranquilo que o normal e teve até um momento de calmaria e relaxamento profundo da Pacotinha. Tá frio. Peguei a toalha e enrolei a bebê correndo. Nesse exato momento, ela fez cocô. Na toalha. Eu ri. Colocamos Olivia no trocador, limpamos tudo, pegamos a pomada antiassaduras e... a bebê fez um rio de xixi.

    Hoje Olivia completou uma semana de vida e foi um dos dias mais insanos desde a sua chegada. Hoje eu tive certeza de que tudo isso, apesar de estressante em alguns momentos, é uma aventura divertida e que vale muito à pena. Olivia tem me ensinado a levar a vida com mais leveza e mais risos.

     

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    Texto enviado por Alexia Chlamtac, jornalista e mãe da Olívia.

    A Infanti incentiva mães e pais a compartilharem suas histórias. As opiniões publicadas neste texto são pessoais e não necessariamente representam a visão da Infanti.