• Na seção Entre Mães, nossa convidada compartilha um relato sobre sua luta para engravidar por causa da trombofilia.

    Eu sempre sonhei ser mãe. Sempre planejei as coisas para o futuro em todos os setores da vida, e com o meu filho não poderia ser diferente. Quando me casei, eu e meu marido já pensávamos em engravidar logo em seguida. Eu tinha tudo planejadinho como se as coisas fossem acontecer como a gente quer. Mas na vida nem tudo é assim. Não conseguia engravidar e não sabia o por quê. Já tinha dois anos e meio que a gente estava tentando e eu queria desistir. De engravidar. Não de ser mãe. Aquela ansiedade pela gravidez me doía.

    Troquei de médico seis vezes até achar o médico que descobriu a causa desta dificuldade. Eu tenho trombofilia, uma doença genética do sangue, que não é muito incomum. A maioria das mulheres que têm, encontra dificuldade em descobrir. Geralmente só descobrem depois de perderem várias gestações. Ela se manifesta principalmente durante a gravidez e em mulheres a partir dos 30 anos. É como se a gente tivesse o sangue mais grosso, que coagula mais fácil. E, na gestação, o útero precisa de muito sangue pra poder formar a placenta, o cordão umbilical e o meio que alimenta o bebê.

    A grande dificuldade é achar um obstetra disposto a fazer essa investigação nas pacientes e é o que eu ainda escuto por aí. A maior parte te indica pra uma clínica de fertilização pra você gastar uma grana e fazer uma fertilização in vitro ou inseminação artificial, que custa R$ 15 mil, cada tentativa, traz um sofrimento psicológico grande, e não é garantia de sucesso. No meu caso, eu poderia fazer dez inseminações que não ia dar certo, pois o meu problema era segurar o bebê. Logo depois que a gente descobriu o que era, fez o tratamento e logo conseguimos fazer o Arthur.

    A gente ficou muito feliz, mas também muito apreensivo, com muito medo de perder mais uma gestação. Foi uma gravidez muito comemorada. Quando ele nasceu, deu o primeiro susto na gente. Ficou cinco dias na UTI porque o pulmão não estava completamente formado. Pode ter sido por vários fatores. Mas, enfim, toda espera valeu a pena. O Arthur veio realmente completar um pedaço que faltava em mim. É assim que me sinto. Ser mãe realmente mudou minha vida. Quero ser melhor como mãe todos os dias e ser melhor como pessoa para ser o melhor exemplo para ele. É isso que vai ficar depois que a gente for embora. Esse ser maravilhoso que você está criando, está educando e que você vai deixar para o mundo.

    Texto enviado por Adriana Diniz, que tem 38 anos, é jornalista e mãe do Arthur, de três.


    A Infanti incentiva mães e pais a compartilharem suas histórias. As opiniões publicadas neste texto são pessoais e não necessariamente representam a visão da Infanti.