• Introdução alimentar dos bebês: ato de amor que requer muito cuidado

    A hora de oferecer ao seu bebê as primeiras papinhas é sempre uma aventura e a dúvida é muito comum: quando que meu bebê pode deixar o peito para comer comidinha? Quais os alimentos permitidos na alimentação? Qual a consistência? Líquidos ou sólidos? Mas, muitos pais ficam no mode automático e esquecem que introduzir alimentos na vida de um bebê requer bem mais do que definir o que se pode ou não comer. O momento é de descobertas e esse serzinho que acabou de vir ao mundo ainda não conhece o gosto, o cheiro a textura e tudo é uma grande novidade. Saber levar essa fase de uma maneira tranquila, ajuda e muito na vida alimentar da criança.
    Siga as dicas da nutricionista materno infantil Kelly Vieira e bon apetit! 
     

    Como dar as primeiras papinhas?

     
    Os bebês nascem dotados da capacidade de autorregulação da ingestão alimentar, pois são capazes de identificar quando estão com fome e o quanto precisam comer para se nutrirem. Eles fazem isso o tempo todo durante a amamentação exclusiva, não é mesmo? Vão ao peito quando querem e ficam o tempo que acham necessário, no ritmo deles. 
     
    Na introdução alimentar, o papel dos pais e responsáveis é cuidar da qualidade dos alimentos ofertados, da rotina e da disciplina ao comer. O papel dos bebes é conhecer sua fome e saciedade e, são eles quem escolhem o que comer e a quantidade, dentro da seleção prévia dos pais. Devemos entender que só se deve comer quando se tem fome e somente até estar satisfeito. Não é assim com nós adultos? Com as crianças também. 
     
    Bebês e crianças não comem só comida, comem sentimentos também. Tem um valor por trás do simples ato de comer. Ansiedade, angústia e pressa por parte do adulto podem atrapalhar, pois as crianças são sensíveis às emoções do cuidador. É de extrema importância que o adulto que conduzirá a alimentação esteja conectado e presente durante a refeição da criança, não somente de corpo, mas de mente também. É importante o olho-no-olho, a empatia e a gentileza.
     
    Devemos entender que a introdução alimentar é um momento de apresentação aos alimentos e que o último estágio será o ato de engolir a comida. Até lá, o bebê vai explorar o alimento: observar, cheirar, sentir e até mesmo colocar na boca! Engolir vem depois. São muitas novidades para ele nesse momento. Ele será apresentado aos utensílios, conhecerá alimentos com cores, cheiros, sabores e texturas diferentes. Assimilar todas essas novidades demanda adaptação e tempo. 
     
    Para acalmar o coração de vocês, papais, saibam que até 1 aninho o principal alimento do bebê é o leite, a comida é complementar. A partir dessa idade, o alimento passa a ser a principal fonte de nutrientes e o leite passa a ser complementar, sendo mais um item da alimentação.*
     
    O momento é de descoberta para ambos, pais e bebês. Aproveitem esse momento para explorar ao máximo o paladar dos bêbes diversificando os alimentos e evitando repetições. 
     

    Dicas para cada faixa etária:

     
    6 a 9 meses
     
    Alimentos pastosos e amassados no garfo, como purês, cane moída ou desfiada (tamisada).
     
    10 a 12 meses
     
    Alimentos em pequenos pedaços, similares à comida da família, mas mais macios e bem picadinhos.
     
     
    Kelly Anne Vieira
    Nutrição Funcional e Materno Infantil
    CRN4 09100234
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    *A Organização Mundial da Saúde recomenda que os bebês recebam leite materno até os dois anos ou mais associado à alimentação complementar saudável, sendo exclusivamente até 6º mês de vida.