• Praticada com o bebê, modalidade faz com que mulheres se descubram em sua nova realidade e tem atraído cada vez mais homens.

    Reforçar o laço de amor com o seu bebê através da dança faz bem para o corpo e para a alma. Esta é uma das premissas de uma prática que está conquistando as mães e até os pais: a Dança Materna. O método foi criado em 2008, pela bailarina Tatiana Tardioli, em São Paulo. Ele é fundamentado em evidências científicas no que se refere à gravidez, parto, pós-parto e às necessidades físicas e emocionais de mães e bebês, em cada uma destas fases, compreendendo todo o período da gravidez até os três anos do bebê.

    “A Dança Materna para Mães e Bebês de Colo e Engatinhantes promove um encontro entre mulheres que estão atravessando a mesma fase da vida e também uma ótima oportunidade para saírem de casa com o bebê. Tomar posse de seu novo corpo e de sua nova identidade de mãe. Além disso, os bebês gostam da presença de outros bebês e de estar em movimento aconchegados em suas mães num ambiente onde a amamentação é incentivada”, explica Tatiane Trovatti, que levou o método para o Rio de Janeiro há mais de dois anos e atualmente mora em Mendoza, Argentina, onde também dá aulas da Dança Materna. “Tenho uma filha de cinco anos e dançava com ela desde a barriga. Queria ter tido a Dança Materna no meu puerpério”.

    A aula, que dura uma hora e meia, é também uma atividade física em que as mães vão dançar, se alongar e fortalecer corpo, mente e ânimo. Tatiane esclarece que não se trata de amarrar o bebê ao corpo e sair dançando, nem de usar o bebê como peso, como está meio na moda.

    “O bebê é filho, é amor total, não é peso. Tem todo um trabalho especializado que fazemos em aula, de preparação corporal mesmo e de movimentos adaptados, seguros para serem feitos com um bebê no colo ou no sling, fruto de muito estudo e pesquisas constantes”, explica ela, que é atriz, especializada em Didática da Expressão Corporal na Espanha, formada em Terapia Ocupacional e Yoga para Crianças e Famílias.

     

    Uma curiosidade é que a Dança Materna tem atraído também muitos pais. Eles são muito bem vindos às aulas e nem pagam a mais por isso. Segundo a especialista, a presença dos homens é incentivada com aulas especiais aos sábados, já que muitos trabalham durante a semana, em horário comercial. Os resultados são incríveis.

    “Dançar com seu bebê e muitas vezes também com seu companheiro, em trio, é poderoso. Traz maior união e um olhar mais carinhoso entre a família, um olhar mais atento. Também um maior espaço de brincadeiras, de leveza. A rotina com um bebê em casa pode ser muito cansativa e esse é um momento lúdico e amoroso que acaba se estendendo por todos dias”, afirma Tatiane, completando que também se percebe uma melhora na incidência de cólicas e no sono das crianças.

    A Dança Materna tem como princípios éticos a atenção e o respeito à diversidade de experiências vividas por cada uma delas. As aulas trazem como fundamento o exercício da maternidade ativa e a promoção do empoderamento das mulheres, no que se refere às suas vidas, ao seu corpo e à criação de seus filhos.

    “Trabalho com mulheres que estão se redescobrindo, crescendo junto com seus bebês e com esse novo amor que não pára de crescer. Mulheres que estão atravessando um dos períodos mais difíceis e mais frutíferos, potentes de suas vidas, em energia, criatividade, empatia, transbordamento de emoções, privação de sono, encontrando novas fortalezas, também novos medos e um novo olhar sobre todas as coisas. Vejo e participo do crescimento de todas elas, de como a troca de experiências faz um bem tremendo, de como a arte dá ferramentas para a transformação”, finaliza.

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