• Meu filho nasceu prematuro e teve que tomar leite artificial. Mas com muitas informações e paciência, o leite materno venceu.

    Oi, eu sou a Ciça. Meu rei, o Arthur, tem 4 anos. É forte, saudável e feliz. Muito feliz. Ri que é uma maravilha. O Arthur nasceu de oito meses (35 para 36 semanas), de cesárea, e ficou 11 dias na UTI Neonatal para amadurecer um pouquinho mais. Essa foi a pior época da minha vida. Mas aprendi muito com ela também. Foi a minha primeira "luta" como mãe. Outras vieram e muitas ainda estão por vir, claro. A estrada da maternidade é cheia de obstáculos. Mas vale a pena, acredite.

    Vim falar da luta que travo, desde que o meu rei nasceu, pela amamentação. Você, mãe, grávida ou mulher em geral, deve ter ouvido muito falar de alimentação infantil. Ouviu muita besteira, claro. E na nova "onda" da alimentação saudável, tem muitas dúvidas. Mas tudo bem, como eu, você vai aprendendo aos poucos, adaptando tudo para a sua realidade e deixando um pouco a culpa materna de lado. 

    Você ouviu, por exemplo, que dar água ao bebê (até mesmo recém-nascido) não tinha problema nenhum. Um erro. E que leite artificial (em pó) ajudava pra caramba nesse início. Mas... será? Por ter ficado na UTI, meu rei teve que tomar leite artificial enquanto eu não podia estar com ele. Tomou até o terceiro dia de vida, quando meu leite desceu maravilhosamente e eu comecei a tirar com a bomba e dar a ele, na chuquinha. Não era o meu ideal, mas era o que podíamos fazer naquela hora.

    Conforme os dias foram passando e ele crescendo, cada vez mais o leite artificial ficava só para madrugada e meu leite para o dia inteiro. Eu chegava ao hospital de manhã e era a última mãe a ir embora. Tirava meu leite de três em três horas. Quase aos litros. Quando meu rei teve alta, foi para casa com uma receita de leite artificial, mas também com uma maravilhosa frase da pediatra neonatal: "não vai precisar, você tem muito leite". Que felicidade ouvir isso! Para encurtar a história: chegando em casa, dei meu leite na mamadeira por apenas um dia. No segundo ele já mamava no peito, tão desajeitado quanto a mãe ao segurá-lo.

    E assim seguiu mamando. A mamãe?

    ( ) Ficou cansadíssima.

    ( ) Ficou com os peitos caídos.

    ( ) Ficou irritada porque o bebê pedia muito por ela.

    Nenhuma das respostas acima!

    A mamãe ficou feliz e contente e virou embaixadora pela amamentação. A mamãe sentiu dor sim, mas respirou fundo, buscou informação e foi em frente. A mamãe aprendeu que não se deve esfregar muito os seios durante o banho, nem lavar cada vez que você amamenta, e que leite de peito é a prevenção e o remédio contra rachaduras. 

    E aí você repete para mim o que ouviu o tempo todo: mas nem toda mulher pode amamentar, mas nem toda mulher consegue amamentar, mas nem toda mulher tem leite, mas nem toda mulher tem leite forte. Opa! Parou por aí! A melhor arma contra a ignorância é a informação. Em que ano estamos? Então corre para procurar por instituições e grupos que podem te dar informações sobre amamentação. 

    Quer uma dica? La Leche League.

    E lá vai outra: fale com o seu obstetra, com o pediatra do seu filho, com uma nutricionista. Diga o que quer, o que sente, não tenha medo! Eles podem ajudar. Ah, e só pra deixar claro: se você não tem uma determinada doença grave, você pode amamentar sim.

    Você pode aprender, pedir e receber apoio. Se você não conseguir, depois de informação e tentativa, segue a vida. Cuida do seu bebê. Afinal, quem deu à luz um ser humano merece um feriado nacional, gente!

    Toda mulher tem que ter uma palavra em mente, principalmente nessa época da vida do bebê: paciência. Ah, e por favor, não esquece de falar para toda mulher que você conhece: NÃO EXISTE LEITE FRACO!!! Alegria de mãe é leite pingando do peito e bebê mamando. Amamentar é o que há!

    E quase cinco anos se passaram... voando, claro. Meu rei mamou no peito até 1 ano. Por que parou, parou por quê? Aos cinco meses dele voltei a trabalhar. Mas continuei amamentando antes de sair para o trabalho, na volta e durante a noite. Nos intervalos, mais ou menos de três em três horas, tirava com a bombinha. E assim caminhamos. Fizemos a introdução alimentar, calma e principalmente respeitosa. Uma coisa de cada vez. No tempo dele, sempre!

    Com essas novidades todas na vida alimentar dele, meu leite foi secando. 

    Inicialmente fiquei nervosa, deprê mesmo. Meu bebê estava crescendo e ganhando o mundo das frutas, legumes, verduras... como assim ele não precisa mais de mim? Então, voltei para a etapa 1. Procurei informação. Contei com o apoio do companheiro, do pediatra, da nutricionista. Introduzimos leite em pó. Ele odiou. Um dia misturamos com fruta e... voilá! Hoje me lembro com carinho de quando o meu rei era bebê. E o ensino a brincar com os bebês de brinquedo, que pai tem que cuidar, que bebezinhos precisam do leite da mãe... Nessas idas e vindas, vitórias e derrotas, continuamos caminhando, de mãos dadas. Compartilhando amor!

    Texto enviado por Ciça Gambôa, jornalista.

    A Infanti incentiva mães e pais a compartilharem suas histórias. As opiniões publicadas neste texto são pessoais e não necessariamente representam a visão da Infanti.